Por Carlos Sherman
Em âmbito internacional, poderemos conviver com restrições aqui e ali sobre a aceitação ou não de determinada vacina, mas isso não durará. Afinal, o buraco é bem mais embaixo, e trata-se de um problema de saúde pública global, onde não há imunizantes para todos. De forma que, e antes de tudo, toda ajuda será benvinda.
Isso, a despeito do fato de que umas vacinas são mais eficazes do que outras, e que as agências reguladoras dos diferentes países desempenham o seu papel, autorizando ou não diferentes imunizantes, e dentro de realidades específicas de combate à pandemia.
A eficácia, por sua vez, mede a capacidade de uma vacina ou fármaco em produzir o efeito desejado sob condições controladas e critérios científicos – i.e., estudos longitudinais e randomizados. A efetividade, por sua vez, mede o resultado em campo, e em confronto com a realidade; dependendo de inúmeros fatores, desde a genética populacional, mutações virais, condições climáticas etc. Um fármaco pode ainda apresentar elevada eficácia in vitro, mas apresentar muitos efeitos colaterais in vivo.
O Kit da Morte!
A hidroxicloroquina é um anti-protozoário, que não apresenta qualquer efeito contra a COVID, mas demonstra severos efeitos colaterais sobre os sistemas hepático e cardiovascular – como afirmado pelo Dr. Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
Em meados de 2020, o Einstein integrou uma coalizão científica com o HCor, o Hospital Sírio-Libanês, o Hospital Oswaldo Cruz, e a Beneficência Portuguesa, para avaliar o dito “tratamento precoce”; sendo esse o maior estudo já realizado no país, e um dos mais representativos no mundo, e medindo a eficácia de fármacos como a hidroxicloroquina, ivermectina, e azitromicina, no combate à COVID.
O resultado do estudo não deixa dúvidas, o dito “tratamento precoce” é uma antessala da morte… pela ignorância. “Precisamos voltar a preservar a vida, deixando de ser um país que, infelizmente, vem cultivando a morte” – declarou Sidney. Já Paulo Chapchap, CEO do Hospital Sírio-Libanês, declarou que: “Tenho paciente que precisa de transplante de fígado por tomar ivermectina.” E asseverou: “Fujam dos médicos que preconizam isso. Remédios que ajudam não são antivirais, mas anticoagulantes e corticoides, mas no momento certo.”
A “única solução”!
O que mais assusta é a constatação de que o “tratamento precoce” foi testado no Amazonas pelo então ministro Pazuello, por ordem do Planalto. Tenho contribuído modestamente com a CPI da COVID, e com o senador Randolph Rodrigues, e podemos afirmar que esse crime foi cometido.
Um vídeo com um discurso de Pazuello, durante a crise em Manaus, documenta o estratagema ou – nas palavras dele – “a única solução”. Diante do insucesso da empreitada, pacientes e acompanhantes foram despachados para todo o país, mas sem protocolos para impedir a disseminação da cepa. A aventura de Manaus pode ter espalhado a P.1 por todo o Brasil.
É notável o viés fascista deste processo, com a tentativa de manipular os fatos, para que coincidam com as profecias. Primeiro, mudando a bula da cloroquina; depois, interferido nas recomendações do CMF, por meio do “Dr. Rafael”, o mesmo que que comanda a “única solução” em Manaus.
Pois… até quando?
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