Por Carlos Sherman
Carlos Leger admiro sua busca, mas horas me confundo um pouco pois você diz que a Biblia é uma lenda e horas me solta um texto deste. Afinal acredita ou não na Biblia? Vamos trocar idéias de forma imparcial e com integridade intelectual,certo?
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.”
I Coríntios [13; 13]
Então respondi:
Ilton, lembrando apenas que ‘o amor bíblico’, difícil de entender, encerra com chave de ouro… Assassinato de bilhões por castigo, vinganças, ódio, intolerância religiosa, etc… O maior assassinato de todos os tempos… O HUMANICÍDIO… Jesus, aquele da outra face – um dos poucos gestos supostamente elevados na bíblia – volta com “senhor da guerra”, para comandar pessoalmente a matança, montado em um cavalo branco e cuspindo espadas, o maior crime da história… O mestre da “outra face” volta para mostrar a sua ‘verdadeira face’… Deixando ver de forma clara e inequívoca, que o gesto de dar a outra face não passou de desfaçatez… Releiam a bíblia, ‘from the cradle to the grave‘… Preparem o estômago, são 2,5 milhões de mortos diretamente ou a mando de deus, sem contar a Arca de Noé, a Torre de Babel e Sodoma e Gomorra… Em Sodoma e Gomorra deixo baratinho para deus, contabilizando apenas a morte da mulher do “único homem justo”, Ló… Sua mulher foi transformada em estátua de sal por olhar para trás… O amor de deus é realmente lindo… Depois, “o único homem justo”, transa com as duas filhas… Lindos exemplos familiares, incesto, poligamia, e cafetinagem da própria esposa – no caso de Abrão, o patriarca, que negociou sua esposa aos 90 anos de idade, rsrsrs… Na Arca de Noé, a linda estorinha que adoram ensinar às criancinhas, toda a humanidade, com exceção da família de Noé, foi literalmente afogada… Primeiro Humanicídio divino…
Colocar ‘bíblia’ e ‘amor’ na mesma sentença é prova cabal de muita ignorância – bíblica -, ou muita cara de pau… Releiam a bíblia…
Jú, sei que você publicou o link na melhor das intenções, mas o comentário de Teresa de Calcutá sobre a AIDS é mais do que um erro, e insisto… Esta grave celebração da condenação humana ao sofrimento revela a ‘complexidade’ e a contradição do dito amor cristão… Evidentemente ela teve uma vida dedicada à causas assistências e humanitárias, mas somente quando não contrariava o seu severo e confuso moralismo… MTC também negava o uso de anestésicos em suas clínicas por acreditar na “dor e expiação”… Assista “A Outra Face de Madre Teresa”… Acho o vídeo duro demais, rsrsrsrs, e acho que carrega na tinta, mas não deixa de ser documental…
Acho que a verdadeira MTC foi uma pessoa que dedicou sua vida a ajudar ‘sim’ mas o fez por razões religiosas… Desta forma, e no final das contas, ela fez um trabalho assistencial pelo mega-prêmio da salvação eterna… O valor deste gesto é bem discutível, mas o valor de suas boas ações pode ter sido real e tangível… Se tratou das feridas de quem sofria, se alcançou um copo de água para quem tinha sede, se levou alimento para quem sentia fome, não podemos sob nenhum pretexto desprezar tais ações… A motivação é discutível, o propósito falho, mas viver é atuar… Falar também é ação, e quando fala sobre a AIDS, MTC definitivamente comete um crime, desejando a morte de inocentes… Inafiançável…
MTC, assim como no caso de Ghandi – que por sua vez defendeu o Apartheid -, destaparam a grave e complexa questão que decorre da impossível convivência entre o sentido pleno de humanidade e a adesão a dogmas…
Terceiro Esquete
Mais uma vez o Fábio participa deixando o seguinte – e profundo – questionamento sobre o mesmo post – O “Amor” de Madre Teresa -, mas em uma conversa paralela à conversa com a Jú:
O que seria o amor Carlos Leger? ou melhor existe o amor?
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